quinta-feira, 17 de julho de 2014

Capinuríba, você já comeu?



Um dia desses quando eu andava pelo jardim da nossa empresa, num local onde há um desnível de terreno, constatei que a área estava completamente dominada por uma planta viçosa, com folhas verdinhas, talos com espinhos, cheia de flores brancas e repletas de frutinhas vermelhas, semelhantes à framboesa. 

Curiosa que sou com plantas, desde que me conheço por gente, para mim foi uma surpresa encontrar uma plantação dessas frutinhas bem no meu quintal.

É claro que imediatamente fui pesquisar sobre essa deliciosa novidade que nasceu espontaneamente no nosso terreno, como um presente da Natureza.

Descobri que ela é uma fruta brasileiríssima. Nativa da Serra da Mantiqueira, ela se espalhou pelo país e pode ser encontrada em capoeiras, formações primárias ou em bordas de mata de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. É consumida pelos indígenas há priscas eras.




Seu nome em Tupi Guarani é Capinuríba, que significa “erva coberta de espinhos que dá cachos de frutos”, mas também é conhecida por Framboesa do Campo, Amora de Espinho ou Morango Silvestre.

Seu nome botânico é Rubus rosifolius. Existem aproximadamente de 400 a 500 espécies de framboesas e amoreiras pretas na América, Europa, África e Ásia. Elas pertencem à família Rosaceae.

Seus frutos são semelhantes ao da framboesa, pois também apresentam cavidade interna. A coloração vermelha intensa dos frutos atrai muitos pássaros e suas flores atraem muitos insetos. Acredito que os pássaros sejam seus principais dispersores.

Os frutos “in natura” são deliciosos. Têm sabor delicado, doce e pouco acido. As sementes são diminutas, como grãos de açúcar. Vou experimentar fazer geleia e suco com elas.

Mas o melhor de tudo, é que tenho o privilégio e o prazer de degusta-las todos os dias e me encantar com sua beleza e rusticidade. Percebi que ela se propaga rapidamente sem nenhum cuidado, adubo ou repelente de insetos.

Além da elevada quantidade de vitaminas A, B e cálcio presentes nas frutas vermelhas e suas reconhecidas propriedades antioxidantes, há também quantidades expressivas de ácido elágico, um hidrólito de elagitanina que tem propriedades de inibir a replicação do vírus da AIDS e tem se mostrado ser um potente inibidor da indução química do câncer.

Rubus rosifolius
Como tudo em minha vida tem um significado, não foi por acaso que essa planta magnífica apareceu espontaneamente na minha frente e me chamou tanto a atenção. Não foi um mero acaso! Vou cuidar dela com muito carinho e continuar pesquisando. 

Essa com certeza é mais uma das inúmeras bênçãos que tenho recebido. 

Obrigada Criador!
Ozana Herrera

3 comentários:

  1. Olá! Realmente é uma fruta bem interessante. Também sou fã de frutas vermelhas. O único detalhe é que parece haver bastante polêmica quanto ao fato dela ser ou não nativa no Brasil. As últimas informações que li sobre o assunto indicam que a planta não só é exótica (originária da Ásia e Oceania) como também é invasora, inclusive já constando em algumas listas de espécies invasoras aqui no Brasil. Pena...

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    1. Legal Renato, tenho encontrado a Capinuriba em outros lugares. Outro dia encontrei num parque municipal em Cotia. As minhas continuam produzindo. Vem uma nova season por aí... quero ver se consigo fazer geleia com elas.

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  2. Muito legal! Não sabia que você era agrônoma. Por isso você entendeu meu blog, o qual eu mesma não visito há muito tempo. Gostei de conhecer mais sobre esta frutinha. O fato dela ser invasora, no momento, não nos pode incomodar, pois estamos perdendo muitas plantas para outras… elas não perdem a oportunidade nunca. Quando a geleia estive pronta queria experimentar uma colherada.

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