quinta-feira, 17 de julho de 2014

Capinuríba, você já comeu?



Um dia desses quando eu andava pelo jardim da nossa empresa, num local onde há um desnível de terreno, constatei que a área estava completamente dominada por uma planta viçosa, com folhas verdinhas, talos com espinhos, cheia de flores brancas e repletas de frutinhas vermelhas, semelhantes à framboesa. 

Curiosa que sou com plantas, desde que me conheço por gente, para mim foi uma surpresa encontrar uma plantação dessas frutinhas bem no meu quintal.

É claro que imediatamente fui pesquisar sobre essa deliciosa novidade que nasceu espontaneamente no nosso terreno, como um presente da Natureza.

Descobri que ela é uma fruta brasileiríssima. Nativa da Serra da Mantiqueira, ela se espalhou pelo país e pode ser encontrada em capoeiras, formações primárias ou em bordas de mata de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. É consumida pelos indígenas há priscas eras.




Seu nome em Tupi Guarani é Capinuríba, que significa “erva coberta de espinhos que dá cachos de frutos”, mas também é conhecida por Framboesa do Campo, Amora de Espinho ou Morango Silvestre.

Seu nome botânico é Rubus rosifolius. Existem aproximadamente de 400 a 500 espécies de framboesas e amoreiras pretas na América, Europa, África e Ásia. Elas pertencem à família Rosaceae.

Seus frutos são semelhantes ao da framboesa, pois também apresentam cavidade interna. A coloração vermelha intensa dos frutos atrai muitos pássaros e suas flores atraem muitos insetos. Acredito que os pássaros sejam seus principais dispersores.

Os frutos “in natura” são deliciosos. Têm sabor delicado, doce e pouco acido. As sementes são diminutas, como grãos de açúcar. Vou experimentar fazer geleia e suco com elas.

Mas o melhor de tudo, é que tenho o privilégio e o prazer de degusta-las todos os dias e me encantar com sua beleza e rusticidade. Percebi que ela se propaga rapidamente sem nenhum cuidado, adubo ou repelente de insetos.

Além da elevada quantidade de vitaminas A, B e cálcio presentes nas frutas vermelhas e suas reconhecidas propriedades antioxidantes, há também quantidades expressivas de ácido elágico, um hidrólito de elagitanina que tem propriedades de inibir a replicação do vírus da AIDS e tem se mostrado ser um potente inibidor da indução química do câncer.

Rubus rosifolius
Como tudo em minha vida tem um significado, não foi por acaso que essa planta magnífica apareceu espontaneamente na minha frente e me chamou tanto a atenção. Não foi um mero acaso! Vou cuidar dela com muito carinho e continuar pesquisando. 

Essa com certeza é mais uma das inúmeras bênçãos que tenho recebido. 

Obrigada Criador!
Ozana Herrera

sábado, 5 de julho de 2014

Malthus e a fome no mundo em 2050

Todos nós temos pesadelos que nos acompanham por toda vida.

Uma das minhas maiores preocupações é a fome no mundo.

Isso começou quando eu tinha 13 anos, estava no terceiro ano do ginásio e meu professor de geografia, o saudoso Prof. Murici, nos falou sobre a teoria de Malthus. Fiquei aterrorizada!

Malthus (1766-1834), o economista-demógrafo inglês que criou a primeira teoria populacional que relacionava o crescimento da população com a fome. Segundo ele, a tendência do crescimento populacional acontecia em progressão geométrica enquanto a oferta de alimentos em progressão aritmética. Em resumo ele e eu acreditávamos que o crescimento demográfico iria ultrapassar a capacidade produtiva da terra gerando fome e miséria.

Consultando o Google da época, que 1969 eram as enciclopédias (enciclopédias eram livros que falavam sobre tudo, montados por fascículos semanais comprados nas bancas de jornal ou pagos em prestações pelos nossos pais, para nos oferecer mais cultura), fazendo uma conta simples descobri algo mais aterrorizante ainda: a enciclopédia informava que segundo Malthus, a população mundial dobraria a cada 25 anos, ou seja, quando eu tivesse 37 anos (e isso seria em 1994), não teríamos mais comida para todo mundo e a vida seria um caos.

Essa não era somente uma preocupação ingênua de uma garota sonhadora, o mundo inteiro se preocupava com isso! Antes de morrer, o presidente Kennedy falava em acabar com a fome no planeta e deixava a pergunta “Como vamos alimentar o mundo?”.

E não houve escolha para a nossa sociedade a não ser intensificar a agricultura industrial, com cada vez mais sementes de alta tecnologia, produtos químicos e muitos danos colaterais.

Mesmo com toda essa tecnologia, hoje aproximadamente um bilhão de pessoas passam fome no mundo. Um número que tem sido bastante estável por mais de 50 anos, mesmo com a população não acompanhando a progressão geométrica de Malthus e diminuindo a cada ano em termos percentuais.


Produzir mais alimentos não garantiu que todos pudessem comê-los. O mundo produz calorias suficientes para suprir 2700 calorias por dia por humano. Mais do que suficientes para atender a projeção da população mundial pelas Nações Unidas para 2050, de 9 bilhões de habitantes. Hoje estamos na faixa dos 7,2 bilhões.

Há pessoas que passam fome não porque a comida está faltando, mas sim porque todas essas calorias não são usadas para alimentar os seres humanos. Mais de 33% são usados para a alimentação animal, 5% para produzir biocombustíveis e perto de 35% são desperdiçadas ao longo de toda cadeia alimentar.

O sistema atual não é nem ambientalmente e nem economicamente sustentável. É voltado para deixar menos que a metade do planeta que tem dinheiro comer bem, enquanto os outros batalham para comer o mais barato possível ou simplesmente comer "alguma" coisa.


Paradoxalmente, como um número crescente de pessoas que podem se dar ao luxo de comer bem, a comida para os mais pobres se tornará cada vez mais escassa porque a demanda por produtos de origem animal vai crescer, e eles exigem mais recursos, como a produção de mais grãos.

Se a população crescer 30%, estima-se que a demanda por produtos de origem animal deve dobrar, para o mundo poder consumir os níveis ocidentais de carne. Novos players entram nesse jogo, como a classe média chinesa, que hoje tem acesso e meios econômicos. A China é hoje o principal consumidor mundial de carne, uma tendência que não vai retroceder.

Se quisermos assegurar que os mais pobres possam comer, temos que fazer um trabalho melhor do que faz a “agricultura moderna” para preservar a saúde e a produtividade da terra.

Atualmente em nossa sociedade predominam dois sistemas produtivos: um industrial e o outro dos pequenos proprietários. Agronomia de vanguarda vem pregando o retorno ao sistema de produção de pequenas propriedades. Segundo eles a cadeia alimentar industrial utiliza 70% dos recursos agrícolas para fornecer 30% de alimentos ao mundo, enquanto o sistema de pequenas propriedades produz 70% de alimentos usando apenas 30% desses recursos.


Atualmente, com as variedades de sementes de alto rendimento, fertilizantes, defensivos de alta tecnologia e manejos tecnificados, qualquer monocultura comercial produz muito mais por hectare do que as sementes tradicionais da mesma cultura, mas em prejuízo à sustentabilidade de todo sistema.

Pequenas propriedades, diversificando culturas, misturando plantas e animais, plantando árvores que fornecem não somente frutas, mas o abrigo para os pássaros, sombra e fertilidade através da reciclagem de nutrientes, podem produzir muito mais alimentos tanto em variedade quanto em quantidade, com menos recursos, menores custos, com maior segurança alimentar, mantendo a biodiversidade e resistindo melhor aos efeitos das mudanças climáticas.

Devemos repensar o modelo da agricultura industrial, com a qual a qualidade dos solos deteriora-se e os produtos químicos se tornam cada vez menos eficazes, apesar dos “avanços” dos cultivos geneticamente modificados.

Precisamos deixar de pensar em “quanto” alimento é produzido e refletir em “como”, “para quem”, “a qual preço” e a “qual custo-benefício” eles estão sendo produzidos.

Isso não se trata de Agricultura orgânica, que é praticamente impossível e inviável ser adotada por todos, por questões que passam entre outras, pela produtividade. Falamos aqui de Agroecologia que não engloba apenas a produção sustentável de alimentos saudáveis, mas uma forma diferente de se relacionar com o planeta e com todos os seres vivos.

Por uma vida mais justa para o planeta e todos seres que nele habitam!

Ozana Herrera

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Sobre essa Copa e outras Copas...

Quando o Brasil ganhou sua primeira Copa do Mundo eu tinha apenas dois anos de idade. Era 1958, e a Suécia e o mundo se renderam à ginga dos brasileiros e assim a “pátria de chuteiras” pode se orgulhar dessa importante conquista. 

Não tenho lembranças nítidas dessa época, mas da Copa de 1962, quando ganhamos pela segunda vez no Chile, lembro-me bem dos meus tios e vizinhos colados no radio, vibrando em cada lance, em cada posse e passe de bola do Brasil.

Naquela época o povo era muito pobre, não havia bandeiras, nem gente vestida de verde-amarelo, eram muito raros os enfeites nas ruas, principalmente nas dos bairros da cidade de interior, onde eu nasci. 


Havia sim, muita torcida e muita esperança em ver nossa esquadra verde-amarela brilhar mais uma vez e conquistar a nossa segunda estrela. 

Obs: Pelé não está na foto porque sofreu um estiramento no 2º jogo.

Os sonhos da nação foram depositados no insuperável passe do meio campo Zito e num ataque glorioso formado por Garrincha, Didi, Vavá, Pelé e Zagalo. Apesar dos preparativos finais para a Copa do Chile terem desencadeado algumas vaias do povão, bastou o primeiro treino no Chile para que as esperanças se reacendessem. Pelé e Garrincha garantiram isso!



Era uma época muito intensa no mundo. Os Estados Unidos tentaram invadir Cuba e foram rechaçados pelos cubanos no famoso ataque à Baía dos Porcos, que foi acompanhado com o bloqueio comercial à Ilha de Fidel. Aqui no Brasil, o presidente João Goulart (Jango) simpatizante do regime socialista moreno, recém-implantado por Fidel em Cuba, desafiou as elites dominantes e o Congresso Nacional enviando uma carta aos EUA comunicando que o Brasil se opunha à invasão da Ilha. Acredito que esse tenha sido um dos gatilhos que detonaram a revolução de 1964 e a nossa sofrida Idade das Trevas.


Jango e as manifestações populares

Para compreender melhor esse período intenso do Brasil, que geralmente é negligenciado nas aulas de história, é importante saber que a posse de Jango em 1961 foi amplamente festejada pelos grupos de esquerda. Além das reformas de base (agrária, urbana, fiscal e educacional) ele defendia a nacionalização e estatização de setores básicos da economia, o controle do capital estrangeiro, o voto dos analfabetos e a legalização do Partido Comunista do Brasil. Um cenário muito parecido com o atual.

Jango foi empossado graças ao regime parlamentarista, que foi adotado para ter uma vigência temporária, conforme compromisso estabelecido com políticos civis e militares. Nove meses antes do final do seu mandato deveria haver um plebiscito, onde os eleitores iriam optar pela continuidade do parlamentarismo ou o retorno ao presidencialismo. 

Luta no campo pela Reforma Agrária
Seu mandato foi uma “saia justa” porque seu primeiro ministro era Tancredo Neves, notoriamente contrário às reformas e comprometido com as elites. Percebendo sua fragilidade política, Goulart buscou ampliar suas alianças para permanecer no poder. Ao mesmo tempo em que era casado com as esquerdas, namorava seus opositores, adotando posições mais moderadas. Devido a essas vacilações, ele sabia que somente com muita pressão, o governo conseguiria realizar as reformas de base tão almejadas.

Na época, o que se via no Brasil era o termômetro político cada vez mais quente. Greves gerais paravam as cidades exigindo o plebiscito pelo parlamentarismo ou pela concessão de 13º salário, que resultavam em saques e quebra-quebra. Muito parecidos com os de hoje.

No campo, a luta era pela conquista da histórica “reforma agrária”. Numa época em que os coronéis eram os latifundiários, donos de todo bicho e toda gente, mandaram assassinar um líder da Liga Camponesa no Nordeste e houve uma revolta geral. O enterro foi acompanhado por mais de 5 mil pessoas e os protestos não pararam, inclusive foram filmados pelo pessoal da UNE (União Nacional de Estudantes) e mais tarde usados no famoso longa “Cabra marcado para morrer” apreendido e proibido pela censura em 64.

Notícias de 14 de Julho de 1962
Com as eleições de 1962, se reprogramaram as forças no Congresso Nacional. Apesar do PTB, partido do presidente Jango ter tido o maior número de votos, o PSD manteve sua posição de maior partido e aliou-se com a UDN para barrar as reformas, principalmente a agrária. Surgiram muitas organizações tanto de esquerda quanto de direita, pró e contra as reformas. Inclusive os mais radicais que posteriormente aderiram às guerrilhas. Os comunistas que eram fortes no Brasil, também se dividiram em duas organizações o PCB, ligado à URSS e o PC do B mais próximo do comunismo chinês.

Devido à instabilidade geral causada pelas discussões em torno das reformas de base, a economia passou a ser premida por um evidente descontrole dos gastos públicos, com consequente elevação da taxa inflacionária. Além disso, contribuía para esse cenário o crescente déficit operacional das empresas públicas, denunciadas como “cabides de emprego” e “sumidouro” do caixa federal. Propostas de controle dos gastos públicos foram apresentadas com o intuito de estabilizar a inflação no patamar de 60% ao ano. Era uma bagunça generalizada.

Tom Jobim e amigos no lendário show do Carnegie Hall em 62 
Apesar de ser uma época conturbada, o Brasil brilhava no mundo com a bola nos pés e com sua música. Tom Jobim, João Gilberto, Sergio Mendes e outros abriram as portas para a música brasileira no fechado mercado fonográfico americano, com um épico show no Carnegie Hall em NY, a Bossa Nova conquistou a América. O Brasil também celebrava a conquista da Palma de Ouro em Cannes, com o filme “O pagador de promessas”. Era uma época vibrante e muito criativa, que foi um pouco apagada pela ignorância da ditadura.

Aparelho de TV em 1962
Não havia TV para todos, somente para os mais abastados. Na minha rua, tinha um vizinho que compartilhava a sua com a criançada, toda noite o chão da sua sala lotava de crianças para assistir o Repórter Esso, programas de calouros e os indefectíveis concursos de Miss Brasil. Não havia transmissão por satélite. TV era somente para os eleitos, o povo ouvia mesmo as vozes do radio. 

Apesar de muito jovem, eu acompanhava tudo isso através da Revista Manchete, que eu devorava principalmente pelo genial cartum da Turma do Saci Pererê. 

Saci Pererê na Copa de 62
Escrevendo isso, me dei conta de como a história é cíclica e se repete. Vejo em nossos dias atuais um cenário muito parecido com o vivido nesses anos pré-ditadura. 

Sempre amei esse país e me interesso por seu futuro. Sou extremamente nacionalista, aprendi a amar e a honrar a nossa bandeira e me comovo ao ouvir o nosso hino. Quero o melhor para o nosso povo. Uma vida mais justa, mais digna, com oportunidades, saúde, educação e trabalho.


Para mim qualquer partido político seja ele de esquerda ou de direita, que manipule de forma covarde o pensamento do povo e a sua vontade para se impor ou se manter no poder é pior do que qualquer ditadura.


Gostaria que esse gigante acordasse e ocupasse o lugar que lhe é de direito nesse planeta.

Sempre vivemos como uma colônia. Nunca encontramos nossa verdadeira cara. Sempre nos curvamos para aceitar o modelo de outras culturas, sempre tivemos vergonha da nossa própria beleza.

Somos um país continental, com riquezas naturais inimagináveis. Podemos ser o celeiro do mundo. Podemos ir muito além. E tudo depende de nós, das nossas escolhas.

Copa do Mundo, eleições, movimentos sociais... Tudo isso passa e é transitório. Mas nós como nação sempre permaneceremos! Não adianta protestar contra a Copa do Mundo, apesar do seu ódio ela vai acontecer. Temos agora que receber os nossos convidados e mostrar o nosso melhor. Mostrar nossa hospitalidade, o nosso melhor para conquista-los como turistas. O turismo gera empregos e divisas para o nosso país e nós precisamos disso. Esse é um dos legados das Copas.

Numa discussão interna, precisamos saber o que queremos para essa nação. Precisamos ter consciência e discernimento para fazer as escolhas certas para que o nosso futuro não seja incerto. Precisamos saber reconhecer e dizer não para as manipulações partidárias e escolher exatamente o que vai nos levar para frente como uma nação.

Somos muito jovens ainda. Fomos a última fronteira da Terra a ser desvendada. Temos muito que caminhar e aprender como nação. Temos uma herança terrível dos males que uma cultura implantada nos legou. Fomos muito maltratados pelos nossos colonizadores. Além de saqueados, povoados por degredados, dizimaram os habitantes originais, os verdadeiros donos dessa terra. E apesar tudo isso estamos indo muito bem... 

Retomamos o nosso caminho com a democracia nos últimos séculos.

Lutamos bravamente para restabelecê-la nos momentos em que ela foi ameaçada. Temos crescido como cidadãos e avançado como nação...

Não vamos perder o trem bala da história. Não vamos deixar que nos imponham velhos regimes fracassados e obsoletos.

Não vamos deixar que escolham novamente por nós. Somos soberanos. Somos os donos dessa pátria. Somos os brasileiros de ontem, hoje e amanhã!

E vamos ganhar essa Copa em casa! 

Nossa sexta estrela já brilha na nossa bandeira. 

Não vamos deixar que nada tire o brilho do nosso Brasil!


Ozana Herrera

sábado, 7 de junho de 2014

Tofu

Tofu comum
Muitas pessoas pensam que o tofu é um alimento consumido somente por vegetarianos ou por pessoas que querem melhorar a saúde. Mas o que muita gente desconhece é que ele tem uma longa história na cozinha asiática. 

Foi inventado na China há cerca de 2000 anos e seu consumo se espalhou para a Coréia, Japão e outras partes da Ásia. Em cada uma dessas culturas é usado não somente como um substituto da proteína animal, mas também por suas diversas e diferentes nuances como ingrediente.

Tofu caseiro
O tofu é um alimento perfeito, pois é rico em proteínas, pobre em gorduras e possui baixo valor calórico. É também um importante aliado nas dietas para perda de peso.

Além de possuir grandes quantidades de ferro e cálcio, também é rico em outras substâncias excelentes para a saúde, como as isoflavonas.

Mesmo com tantas vantagens nutricionais, o tofu é vítima de grande preconceito, por isso sua culinária é pouco conhecida.

 Tipos de Tofu
Como é feito de soja, é conhecido por “queijo de soja”. A primeira etapa do seu preparo consiste em moer os grãos de soja secos e adicionar água para transforma-los num leite. 

Em seguida, num processo semelhante à fabricação de queijo, o leite de soja é coalhado com adição de coagulantes como sais, ácidos ou enzimas. A seguir a coalhada é prensada formando blocos e o soro, a parte líquida é coada ou drenada.

Existem muitos tipos de tofu no mundo. Somente na China e no Japão são aproximadamente 30 tipos. No Brasil temos apenas seis. E cada um deles é indicado para determinado tipo de preparo.

Tofu Kinugoshi, Tofu Liofilizado e Tofu Desidratado
Tofu Defumado: Tem consistência firme e sabor marcante. Indicado para saladas e pratos frios.

Tofu Seco: Tem consistência firme e sabor intenso. Indicado para pratos feitos em frigideira ou para carpaccio.

Tezukuri ou Tofu Caseiro: Feito sem pasteurização é bem prensado, espesso e firme com sabor pronunciado. Indicado para pratos quentes ou para chapa.

Momengari: Tem consistência firme, é espesso, tem sabor pronunciado e absorve bem a umidade e o sabor dos molhos. É ideal para fritar, grelhar, fazer espetinhos, usar em cubos nas saladas ou em molhos.

Aguedofu: Possui textura porosa, continua fofo mesmo depois de frito. Ideal para caldos, arroz de sushi, grãos cozidos e vegetais picados. Use também no missoshiru, soba, udon e no oden.

Kinugoshi: “Kinu” significa seda e “Goshi” coar. Esse tofu é tão macio que parece ter sido coado num pano de seda. Não é prensado. Derrete na boca e tem sabor adocicado. Como é usado no verão no Japão, pode ter fragrâncias de limão ou gengibre. Indicado para ser servido com molhos (shoyu, ponzu ou dashi).

Na culinária asiática o tofu é usado em todo tipo de receitas, tanto doces como salgadas.
Sua versatilidade é inacreditável!

Restaurante Sasa-No-Yuki, Tóquio        
Em Tóquio, por exemplo, existe um restaurante que oferece mais de 200 pratos, todos feitos com tofu. Há 11 gerações com a mesma família, esse tradicional restaurante desde 1691 abastece a cozinha da família imperial japonesa.  Seu lindo e poético nome é Sasa-No-Yuki que significa “neve em pequenas folhas de bambu”, uma referência à maciez de um tipo de tofu que fez a fama do local. 

     Tofu com crosta de PESTO CASHEW 
Como o tofu é muito sutil, não tem cheiro e nem sabor e os brasileiros estão acostumados a sabores fortes, ele não é bem aceito no Brasil e pouco incorporado à nossa dieta. Exceto pelos veganos e vegetarianos que fizeram dele sua principal fonte de proteínas.

Mas isso é simples de resolver. Como disse sabiamente um famoso chef, “o tofu é um condutor de sabor”Você pode dar a ele o sabor que desejar. 

Tofu na chapa com Tempero STEAK     
Eu recomendo o uso da linha Cuesta Sabores. São 14 temperos especiais e 2 pestos elaborados sem adição de sal ou qualquer química que podem transformar uma insonsa e pouco apetitosa fatia de tofu, num prato saboroso e saudável.

O tofu pode ser consumido de diversas formas: frito, assado, grelhado, em espetinhos, recheios, em cubos em saladas, legumes refogados, sopas e em muitas outras maneiras. 

Seja qual for a sua forma de preparo predileta, livre-se do preconceito e dê uma nova chance para esse alimento tão nutritivo!

Tenha uma boa e saborosa vida!

Ozana Herrera

sábado, 24 de maio de 2014

Renda-se aos avassaladores sabores das Pápricas

Páprica
A Hungria é conhecida pela sua fabulosa páprica. 

Seu clima e distribuição geográfica possuem as condições perfeitas para o cultivo das pimentas vermelhas que se transformam na legendária páprica húngara.

Seus principais cultivadores estão no Sul da Hungria, nas regiões de Kalocsa e Szeged,  que tem clima ensolarado propício para o cultivo das pimentas que se tornarão a legendária páprica húngara.

Capsicum annum
Capsicum annun é o nome botânico das pimentas vermelhas usadas para produzir páprica. Essas pimentas são originárias das Américas e foram cultivadas pela primeira vez na Europa, precisamente na Espanha em 1492, após o retorno de Colombo das Américas.

Os espanhóis foram os primeiros a produzir páprica como um tempero em pó, a partir da secagem e moagem das pungentes Capsicum.

Essas maravilhosas pimentas que se tornaram sinônimo da cozinha húngara, foram introduzidas na Hungria pelos comerciantes turcos nos séculos 16 e 17.

No início, apenas os camponeses cozinhavam usando a páprica e somente a partir do século 19, ela ganhou aceitação e fama entre os paladares mais sofisticados da nobreza húngara.

Secagem da Paprika em Tihani 
Na Hungria, as pimentas vermelhas são colhidas em Setembro. As casas das regiões produtoras ficam lindas porque os agricultores penduram as pimentas para secar de forma decorativa nos terraços, o que dá um toque festivo as aldeias, por duas ou três semanas.

Mas a maior parte das pimentas é secada em fornos, pois permitem uma produção mais eficiente.

Depois de secas, parte das sementes e os talos são removidos para então serem moídas e constituírem o maravilhoso tempero em pó que conhecemos por Páprica.

O sabor e a intensidade da páprica são determinados pela variedade da pimenta que é utilizada e pela quantidade de sementes que são moídas junto, para obter-se o produto final.

Venda de Paprika no Mercado de Budapest
A páprica Húngara varia do sabor doce levemente apimentado ao extremamente picante. Sua cor pode ser laranja, vermelho brilhante e até marrom.

Em Kalocsa há um museu dedicado à páprica. A Hungria investe pesado nesse ícone nacional que se tornou a páprica!

Em termos nutricionais, a páprica possui grandes quantidades de Vitamina C. E seus benefícios à saúde também são notáveis.

A capsaicina da páprica é um agente antibacteriano, tem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.

A páprica é a quarta especiaria mais consumida no mundo para dar sabor, aroma e cor a pratos das mais variadas culinárias. Muitas vezes é usada nos mixes de temperos, como no árabe Baharat.

Existem diversos tipos de páprica no mercado, e é interessante conhecer suas distintas origens e qualidades, para saber o que podem proporcionar a um prato.

Páprica Comum: É maioria das pápricas vendidas nos supermercados, simplesmente rotuladas por “páprica”. Suas origens podem ser húngaras ou sul-americanas.  É muitas vezes são misturadas com outras pimentas, como a pimenta Caiena.  Seu sabor tende a ser nem doce ou apimentado. É ideal para se usar em ovos cozidos ou para dar cor a alguns pratos.


Páprica Húngara: É feita de pimentas que são colhidas, classificadas e misturadas para criar diferentes variedades. Todas pápricas húngaras variam em pungência e conforme a doçura das pimentas vermelhas. São oito tipos de páprica. Por favor, não me peçam para pronunciar esses nomes:
  • Különleges - qualidade Premium, com vermelho vibrante;
  • Csípősmentes csemege – delicada e suave
  • Csemege delicada, suave e pungente.
  • Csípős csemege - delicada, suave e muito pungente
  • Édesnemes – nobre e doce, ligeiramente pungente, com vermelho brilhante.
  • Félédes – semi-doce com pungência média.
  • Rózsa – levemente picante e vermelho pálido
  • Eros – a mais quente, varia do marrom claro ao laranja

Pimentón de La Vera (Extremadura)
Páprica Espanhola: Também conhecida por “colorau espanhol”, essa páprica pode variar de doce e suave para agridoce e quente ou para picante, dependendo do tipo de pimentas usadas (redondas ou longas), se as sementes são removidas ou não e como elas são processadas. 

Na região de La Vera, na Espanha, os agricultores colhem e secam as pimentas sobre o fogo feito com madeiras de carvalho, criando a páprica defumada ou o famoso “pimentón de La Vera”. A páprica defumada deve ser usada na paella ou em pratos que requeiram um sabor profundo. O Pimentón de La Vera tem registro de origem.

Se você tem uma receita que inclui páprica e não especifica o tipo, pode usar a páprica doce húngara. Mas você também pode criar uma nova receita, escolhendo a páprica a ser usada por sua cor, doçura, pungência ou calor.

Pimentón de La Vera
Fiel as minhas origens espanholas, a rainha do meu armário de temperos é a páprica espanhola defumada, com seu vermelho profundo e poderoso aroma defumado.

Suave e doce adiciona um sabor incrivelmente sedutor em batatas, qualquer tipo de carne, ensopados, risotos e especialmente aos pratos com ovos.

Honestamente, não encontrei nenhuma receita que não pudesse ser melhorada com um pouco de páprica defumada!

Mas use pouco, inicie com meia colher de chá. Páprica em excesso pode arruinar um prato.

Ouse!  Experimente o vasto mundo de variedades de páprica!

Se você busca por temperos de qualidade, produzidos com as melhores pápricas húngaras e espanholas, não deixe de experimentar a linha Cuesta Sabores.

Temos sempre o cuidado de escolher o que há de melhor no mundo das ervas e especiarias para compor os nossos produtos.


Ozana Herrera

sábado, 17 de maio de 2014

Grãos do Paraíso

Grãos do Paraíso
Todos que me conhecem sabem da minha paixão por especiarias.

Desde criança, me encantavam os aromas da comida da minha avó e da minha mãe, as exímias cozinheiras que me iniciaram nos segredos alquímicos das ervas e especiarias. 

Durante toda minha vida, nunca abandonei o habito de pesquisar e buscar diferentes sabores, aromas e cores que pudessem engrandecer ainda mais minhas aventuras culinárias.

Em minhas andanças por aí, sempre que posso, faço uma imersão na cultura local em busca de novidades. Na minha última viagem ao Oriente Médio, experimentei um peixe grelhado maravilhoso, com um sabor picante e quente. Era um sabor celestial, levemente amadeirado que combinava explosivamente os aromas e sabores da pimenta do reino, coentro, cardamomo, raspas de limão e algumas notas de flores. Isso me fez lembrar a sensação de caminhar por uma floresta em uma tarde quente de verão. Enlouqueci como devem imaginar!

Perguntei ao chef o que era “aquilo” e ele me respondeu todo solene que era uma especiaria da África Ocidental, que se chamava “Grains of Paradise”. Amei o nome e imediatamente fui procura-los nos “spice souks”.

Além do nome exótico e sabor complexo, as sementes são lindas! Elas têm forma de gota, com laterais angulares. Por fora, marrom profundo e o interior revela um centro branco e cremoso.

O nome faz jus ao sabor e ao aroma, são realmente “Grãos do Paraíso”!

Aframomum spp.
Os Grãos do Paraíso são praticamente desconhecidos na cozinha Ocidental moderna, embora eles tenham sido utilizados na Europa, na Idade Média e Renascimento. Apesar de hoje serem caros e raros, no passado eles foram usados para substituir a pimenta do reino, que na época era muito mais cara que eles.

Eles já serviram para aromatizar vinhos, vinagres, spirits e ainda hoje são usados para a produção de cerveja. Atualmente, na Escandinávia, essas sementes são usadas para dar sabor ao tradicional Akvavit. São também uma das especiarias utilizadas no famoso gim Bombay Sapphire. Gana é hoje o seu principal produtor e pequenas quantidades também são cultivadas na Índia, Caribe, Serra Leoa e Guiné.

Reza a lenda, que esse nome foi inventado pelos comerciantes de especiarias Medievais, que para aumentar o seu preço, alegavam que essas sementes nasciam somente nos Jardins do Éden e que eles tinham que coleta-las, com muita dificuldade, nos rios que desciam do Paraíso.

Seu uso em culinária é mais comum no Oeste Africano, embora também possa ser encontrado como um dos ingredientes do tradicional tempero marroquino Ras El Hanout.

Posso garantir que meu armário de especiarias ficou muito mais rico com os grãos do paraíso. Quando vou usar, trituro pequenas porções na hora, para aproveitar melhor seus sabores e aromas. Já os usei para temperar Kebabs, marinar peixe e temperar frango. Ficou muito bom polvilhado em saladas verdes e legumes cozidos. Ainda vou experimenta-los em sopas e cremes. Também ouvi dizer que podem ser usados em sobremesas de frutas, como nas tortas de maçã. Eu usei num abacaxi grelhado e ficou maravilhoso!

Não vejo a hora de me deliciar com novas experiências gastronômicas usando meus "Grãos do Paraíso". Definitivamente, os Grãos do Paraíso são a especiaria da vez na minha cozinha!

Ozana Herrera

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Manteiga Aromatizada

Eu amo manteiga! Prefiro nem comer pão, se não for com manteiga de verdade! Na casa dos meus pais até hoje não se usa margarina. É proibido!

Desde criança eu aprendi a apreciar e me deliciar com o sabor refinado das manteigas de boa qualidade.

Como as saborosas manteigas artesanais, feitas com a nata do leite, praticamente não existem mais, nos restam as industrializadas. Minha avó e meus pais sempre usaram a marca Aviação, uma tradição na nossa família. Também uso essa marca, mas encontrei outra que também é excelente, a Tirolez.

Se você não quiser usar as manteigas industrializadas, é muito fácil fazer sua própria manteiga. É necessário apenas uma batedeira ou um processador de alimentos e um frasco de um bom creme de leite fresco, com pelo menos 35% de gorduras. Coloque 1/2 frasco de creme de leite na batedeira e bata por 5 minutos. O soro do leite (leitelho) vai se separar da parte sólida que é a manteiga, basta espreme-la bem e está pronta para ser consumida.

Se a manteiga sozinha já é uma delícia, existem maneiras de deixa-las ainda melhor. Você pode aromatiza-las.  As manteigas aromatizadas são fáceis de fazer, dura um bom tempo na geladeira e também podem ser congeladas.  Você pode usa-las no pão e também em carnes, peixes, frango, massas, tofu, legumes e arroz, para dar um sabor diferenciado aos pratos. Depois de cozinhar algumas batatas, se você colocar um pouco de manteiga de alho com ervas em cima e deixar derreter, além de dar um toque especial e fica uma delícia!

Você pode fazê-las tanto doces quanto salgadas. Ambas ficam ótimas.

Tudo que você precisa é de papel manteiga, papel filme e dos ingredientes. Quando os ingredientes estiverem bem misturados, enrole a manteiga aromatizada no papel manteiga, moldando para que fique no formato de um cilindro (3cm x 8cm). A seguir, enrole no papel filme e guarde na geladeira ou congelador. Na geladeira elas duram uma semana e congeladas, 2 meses. Quando for usar, retire do congelador, corte em fatias e se delicie!

Agora que você aprendeu como fazer, pode usar a sua imaginação e criar seus próprios sabores. Se você precisar dar um toque mais sofisticado à sua manteiga aromatizada, experimente congela-las em forminhas com formatos diversos. Essas de moldar biscoitos. Isso resulta em uma boa apresentação para entradas em jantares especiais ou festas.

Enquanto eu escrevia esse texto, comecei a me lembrar de todas as manteigas aromatizadas que eu fiz e novas ideias surgiram. Também experimentei aromatizar minhas manteigas usando os vários temperos e pestos da Cuesta Sabores e os resultados foram surpreendentes!

Selecionei cinco combinações de sabores para você aromatizar a sua manteiga. Mas use a sua imaginação, tenho certeza que você vai encontrar milhares de outras combinações.

Manteiga com limão e endro: 1 xícara de manteiga com sal, uma colher de sopa de endro (dill) fresco picado, casca ralada de ½ limão siciliano, 1 colher de chá de pimenta do reino.  Misture até que todos os ingredientes fiquem bem incorporados.  Se você preferir, uma opção prática, misture 1 colher de sopa do Tempero FISH, com a manteiga e a casca de limão ralada. Use sobre o salmão grelhado, frutos do mar ou qualquer peixe.

Manteiga de Tomate Seco:  ½ xícara de manteiga, 1 dente de alho picado, 1 ½ colher de suco de limão, 3 colheres de sopa de tomate seco picado, 1 colher de chá de salsa picada. Misture tudo até que fique bem homogêneo. Outra opção é misturar na manteiga 4 colheres de sopa do PESTO TOMATO e 1 ½ colher de suco de limão. Adicione em legumes, sirva com pães e torradas ou do jeito que você preferir.

Manteiga Sabores do México:  1 xícara de manteiga com sal, 2 ½ colheres de chá de suco de limão, 1 dente de alho picado, 2 colheres de chá de pimenta Tabasco. Bata tudo no liquidificador ou processador até ficar homogêneo. Se você preferir, bata 1 colher de sopa do Tempero MEXICAN, com 2 ½ colheres de chá de suco de limão e a manteiga, para ter um resultado semelhante.  Essa manteiga é saborosa, ótima para usar em pão de alho, colocar em cima de batatas e legumes cozidos ou em cima de carnes ou tofu grelhados.

Manteiga de Laranja e Mel:  Misture 8 colheres de sopa de manteiga amolecida com ½  xícara de mel e 2 colheres de chá de raspas de casca de laranja.  Use em bolos, biscoito, bolinho de chuva, torradas. Já usei para temperar costelinha de porco e ficou muito bom!

Manteiga de Baunilha: Misture 8 colheres de sopa de manteiga amolecida, 1 colher de sopa de açúcar de confeiteiro, as sementes de ½ fava de baunilha ou 1 colher de chá de essência de baunilha. Use em bolos, bolinhos de chuva, muffins, torradas, etc.

Aproveite! Tenha uma longa, feliz e saborosa vida!

Ozana Herrera

quarta-feira, 23 de abril de 2014

"Loomi" ou Limão Negro, você já viu ?


Loomi ou Limão Negro
Os limões negros são um ingrediente popular na culinária persa, bem como em algumas regiões árabes, especialmente no Kuwait, Bahrein e Iraque. 

Ao contrário da crença popular eles não são verdadeiramente limões, mas sim limas.

No Oriente Médio, essa deliciosa iguaria é chamada de “Loomi”, leimoon Basra, aswad leimoon e leimoon omani. No Ocidente são vendidos nos mercados gourmet ou étnicos também com o nome de Loomi. Podem ser encontrados inteiros ou em pó.

Em minhas andanças pelo Spice Market em Dubai, me deparei inúmeras vezes com o “Loomi”. Para ser sincera não os achei muito atraentes. Eles são pequenos e sua cor pode variar do marrom-acinzentado para o preto. A princípio, são desagradáveis de olhar.

Para se produzir o Loomi, os limões frescos são fervidos com sal e depois deixados ao sol para secar. O resultado é um sabor picante e terroso, único e delicioso!

Lima de Kaffir
Os limões negros são usados para produzir um sabor cítrico profundo e único em muitos pratos do Iraque, Irã e Marrocos. A fragrância e o sabor que eles proporcionam, mesmo nas receitas mais simples, os tornam uma incrível arma secreta nos arsenais de um bom chef!

Os Loomis são um segredo persa estranho e maravilhoso! São usados em ensopados, arroz, carnes, como “rub” ou polvilhados sobre os peixes.

Fazer Loomi é fácil. O ideal é usar as limas de kaffir ou limas persas, mas também ficam bons feitos com limão tahiti ou galego. Cada um vai produzir um aroma e sabor diferente.

Escolha os menores limões e os ferva em água fortemente salgada por 15-20 minutos. A solução salina remove o amargor da casca, ajuda a desidrata-los, impede a formação de bolores e a descoloração.

Loomi com outra variedade de limão
Deixe esfriar e coloque-os sobre uma grade, em um local ventilado e ensolarado. Depois deixe o sol fazer o resto do serviço. Cuide de vira-los sempre para que eles sequem uniformemente. Outra opção é passar um barbante centro dos limões, fazendo alguns cordões e pendura-los ao sol. Eles vão levar alguns dias para ficar totalmente secos. Você vai se surpreender com o quanto eles encolhem!

Para nós brasileiros, que vivemos verões tropicais, uma excelente opção é uma fascinante bebida, maravilhosamente cítrica e deliciosamente perfumada, que tive a oportunidade de provar, e que se tornou a minha favorita. Eles a chamam de “Loomi Gelado”. Ela é feita com o “Loomi” triturado, fervido com cravo, canela e outras especiarias, adoçado com mel ou açúcar e em seguida servida com gelo e uma fatia de limão. Deliciosamente refrescante! 


Ozana Herrera