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Grãos do Paraíso |
Todos que me conhecem sabem da
minha paixão por especiarias.
Desde criança, me encantavam os aromas da comida da minha avó e da minha mãe, as exímias cozinheiras que me iniciaram nos segredos alquímicos das ervas e especiarias.
Desde criança, me encantavam os aromas da comida da minha avó e da minha mãe, as exímias cozinheiras que me iniciaram nos segredos alquímicos das ervas e especiarias.
Durante toda minha vida, nunca abandonei o
habito de pesquisar e buscar diferentes sabores, aromas e cores que pudessem
engrandecer ainda mais minhas aventuras culinárias.
Em minhas andanças por aí, sempre
que posso, faço uma imersão na cultura local em busca de novidades.
Na minha última viagem ao Oriente Médio, experimentei um peixe grelhado maravilhoso,
com um sabor picante e quente. Era um sabor celestial, levemente amadeirado que combinava
explosivamente os aromas e sabores da pimenta do reino, coentro, cardamomo, raspas de
limão e algumas notas de flores. Isso me fez lembrar a sensação de caminhar
por uma floresta em uma tarde quente de verão. Enlouqueci como devem imaginar!
Perguntei ao chef o que era “aquilo”
e ele me respondeu todo solene que era uma especiaria da África Ocidental, que
se chamava “Grains of Paradise”. Amei o nome e imediatamente fui procura-los nos
“spice souks”.
Além do nome exótico e sabor
complexo, as sementes são lindas! Elas têm forma de gota, com laterais angulares. Por fora, marrom profundo e o interior revela um
centro branco e cremoso.
O nome faz jus ao sabor e ao
aroma, são realmente “Grãos do Paraíso”!
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Aframomum spp. |
Eles já serviram para aromatizar
vinhos, vinagres, spirits e ainda hoje são usados para a produção de cerveja. Atualmente,
na Escandinávia, essas sementes são usadas para dar sabor ao tradicional Akvavit.
São também uma das especiarias utilizadas no famoso gim Bombay Sapphire. Gana é hoje o seu principal produtor e pequenas quantidades também são cultivadas na Índia, Caribe,
Serra Leoa e Guiné.
Reza a lenda, que esse nome foi
inventado pelos comerciantes de especiarias Medievais, que para aumentar o seu preço,
alegavam que essas sementes nasciam somente nos Jardins do Éden e que eles tinham que
coleta-las, com muita dificuldade, nos rios que desciam do Paraíso.
Seu uso em culinária é mais comum
no Oeste Africano, embora também possa ser encontrado como um dos ingredientes
do tradicional tempero marroquino Ras El Hanout.
Posso garantir que meu armário de
especiarias ficou muito mais rico com os grãos do paraíso. Quando vou usar,
trituro pequenas porções na hora, para aproveitar melhor seus sabores e aromas. Já os usei para temperar
Kebabs, marinar peixe e temperar frango. Ficou muito bom polvilhado em saladas
verdes e legumes cozidos. Ainda vou experimenta-los em sopas e cremes. Também ouvi dizer que podem ser usados em sobremesas de frutas,
como nas tortas de maçã. Eu usei num abacaxi grelhado e ficou
maravilhoso!
Ozana Herrera
Olá. Onde posso encontrar?
ResponderExcluirTambem estou a procura....
ResponderExcluir... Olá ... eu trouxe para meu uso pessoal ... aqui em São Paulo, talvez vc encontre na Bombay ... o Nelo Linguanotto importa muitas especiarias exóticas, que sabe eles tem.
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