sexta-feira, 17 de julho de 2015

Equilíbrio entre ômega-3 e ômega-6: a gênese


A alimentação foi o fator mais importante da evolução genética do homo sapiens. O cérebro humano triplicou de tamanho nos últimos 3 milhões de anos. O consumo de grandes quantidades de ácidos graxos essenciais ômega-3 e ômega-6, em proporções iguais, foram os responsáveis pela expansão do córtex cerebral dos hominídeos.

Certamente, o ômega-3 oriundo dos peixes consumidos em grandes quantidades pelos nossos ancestrais diretos, foi o que abriu as portas para a rápida evolução do cérebro e desenvolvimento do complexo sistema nervoso humano.

A nossa biologia foi formada na era paleolítica e desde então ocorreram mudanças significativas nos nossos hábitos e na nossa dieta. Essas mudanças iniciaram há 10 mil anos, na Revolução Agrícola e foram mais marcantes após a Revolução Industrial, no fim do século XVIII.

Mudamos os nossos hábitos alimentares, mas nossa biologia e genética não foram alteradas.

Durante o período de milhões de anos em que ocorreu a história evolucionaria da espécie homo, havia um equilíbrio de ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 na alimentação humana.

As alterações dietéticas que ocorreram nos últimos 100-150 anos é um fenômeno novo na evolução humana. O aumento do consumo de gordura animal, o desequilíbrio no consumo de ômega-3 e ômega-6,  a adoção  do hábito de fritar os alimentos são os reflexos dessas mudanças.

Ao longo do tempo, além dos ácidos graxos ômega-6 presentes nos óleos vegetais processados, em termos de gorduras, desenvolvemos somente gorduras não essenciais, como as gorduras trans, enquanto tornaram-se escassas as fontes de ácidos graxos ômega-3. E a nossa fisiologia ainda é a mesma dos nossos ancestrais, feita para funcionar com a dieta da idade da pedra.

Muitos cientistas acreditam que essas mudanças que ocorreram em relação ao equilíbrio das gorduras, impactaram nosso metabolismo lipídico e nossas funções endócrinas, e que por causa delas surgiram as mudanças fisiológicas que são a causa de muitas doenças modernas como a aterosclerose, doenças cardíacas, depressão e câncer. E ainda que, dentre todas as discrepâncias existentes entre a nossa dieta atual e a dos nossos ancestrais, embora a nossa biologia seja a mesma, a maior delas está na falta de ácidos graxos ômega-3 e excesso de ácidos graxos ômega-6.



Os ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 são componentes essenciais na composição das nossas membranas celulares e são,  do ponto de vista metabólico, o ponto de partida na síntese de muitas substâncias similares aos hormônios, que atuam tanto para estimular quanto para inibir os processos corporais, tanto de doença quanto de cura.

Esses os ácidos graxos são projetados para funcionar tanto em conjunto, quanto de forma antagônica.

Os ácidos graxos ômega-6 geram substâncias que causam inflamações, promovem a viscosidade do sangue e a constrição de vasos sanguíneos, afetando processos que são vitais para o sistema imunológico do organismo se restaurar e se proteger.  Ao contrário, os ácidos graxos ômega-3 reduzem as inflamações, neutralizam o entupimento arterial, dilatam os vasos sanguíneos, neutralizando os efeitos do ômega-6.

Atualmente, numa dieta ocidental típica, a média dessa relação é de 20:1. São consumidos em média 20 partes de ômega-6 para cada 1 parte de ômega-3.

Para executar perfeitamente suas funções vitais, esses dois grupos de ácidos graxos devem estar equilibrados. A relação ômega-6:ômega-3 deve ser de 5:1 ou seja, para cada 5g de ômega-6  no organismo, deve existir  1g de ômega-3.  Valores que curiosamente coincidem com as proporções encontradas no leite humano.

Suplemente-se!

Ozana Herrera

Nenhum comentário:

Postar um comentário