
Os fractais são formas geométricas abstratas de beleza incrível, com padrões complexos que se repetem
infinitamente, mesmo limitados a uma área finita.
Foi Mandelbrot, um matemático polonês-francês que constatou que todas estas formas e padrões possuíam algumas características comuns e que havia uma curiosa e interessante relação entre estes objetos e aqueles encontrados na natureza em estruturas vegetais, animais e minerais.
Alguns desses padrões de arte geométrica são encontrados em cristais, nuvens, sistemas radiculares, cursos de rios, nuvens no céu, ramos de plantas e veios de suas folhas, vasos sanguíneos dos pulmões etc. e exibem uma exata ou quase exata auto-similaridade. São padrões compostos por pequenas cópias de si mesmos “ad infinutum” ou até pelo menos a certo limite onde a similaridade se rompe.
Esses padrões fractais naturais, de grande complexidade aparente, podem ser simulados por algoritmos matemáticos em simples programas de computador, produzindo resultados que imitam os da natureza.
Depois que conheci, estudei e me apaixonei pela Teoria do Caos, passei a observar na natureza as formas fractais.
Isso se tornou quase uma obsessão. Passei a enxerga-los e identifica-los em tudo.
Até que um dia, quando percorria o Saint Lawrence Market em Toronto, me deparei com um vegetal comestível chamado Romanesco. Até então, eu nunca tinha visto um exemplo tão belo e preciso dos fractais.
Até que um dia, quando percorria o Saint Lawrence Market em Toronto, me deparei com um vegetal comestível chamado Romanesco. Até então, eu nunca tinha visto um exemplo tão belo e preciso dos fractais.
Ele é tão magnífico e perfeito
que é difícil imaginar que ele seja uma simples hortaliça produzida aqui no
planeta Terra. Sua aparência nos faz imaginar alguma estrutura orgânica
alienígena originada em outro universo. Mas ele é daqui mesmo!
O Romanesco é um membro da
espécie Brassica oleracea L., que
inclui o repolho, brócolis, couve de Bruxelas, couve flor e inúmeras outros
cultivares ou “variedades” cultivadas.
O Romanesco é uma hortaliça
reconhecidamente fractal. Em termos matemáticos, seu padrão é uma representação
natural da espiral de Fibonacci ou espiral dourada, uma espiral logarítmica,
onde cada quarto de volta é mais distante da origem por um fator de phi, à proporção áurea.
No Romanesco, todo seu conjunto
que é chamado de “cabeça” é composto por cabeças menores que imitam a forma da
cabeça maior, e cada uma dessas cabeças menores é composta por semelhantes
cabecinhas que são bem menores ainda. E isso continua se reduzindo e se replicando
infinitamente. Não importa em que parte da hortaliça você aplique o zoom, ela
sempre será uma versão idêntica à cabeça maior.
Não é incrível como algo tão
exato como uma fórmula matemática possa ocorrer em algo tão orgânico como uma hortaliça
terráquea?
Quando penso sobre isso, ao segurar um Romanesco, tenho a sensação ter o universo na palma da minha mão. E concluo: apesar de toda complexidade que usamos para explicar a natureza, tudo é muito simples: o universo só quer calcular e se replicar em sequências infinitas de repetições, perpetuando-se.
Quando penso sobre isso, ao segurar um Romanesco, tenho a sensação ter o universo na palma da minha mão. E concluo: apesar de toda complexidade que usamos para explicar a natureza, tudo é muito simples: o universo só quer calcular e se replicar em sequências infinitas de repetições, perpetuando-se.
Ao seu último parágrafo acrescentaria: De forma a multiplicar-se e diferenciar... Muito bom! beijo grande!
ResponderExcluirMuito bem descrito e detalhado com informações exatas este seu mergulho perfunctorio na atraente teoria dos fractais. Gostei demais! Ao terminar de ler veio para mim a imagem dinâmica dos fractais e por extensão a do nosso universo expandindo e depois retraindo. Somos tofos fractais da poeira das estrelas.
ResponderExcluirOlá Ozana Herrera!
ResponderExcluirA partir de 2007 comecei a usar a imagem dos bróculos fractais como símbolo da minha abordagem ao Yoga. Neste momento estou a preparar um site e não resisti a uma das suas imagens... Venho pedir desculpa por a ter copiado sem autorização e perguntar se a pode "emprestar"... Tudo de bom! Henrique Areias | o site é O Insight Biológico
Cara Ozana! (uma nota ao meu comentário anterior)
ResponderExcluirAgora fui apanhado numa coincidência... depois de deixar o comentário, na minha abstração habitual achei estranho já ter o meu nome e a tal imagem e pensei que era alguma ligação ao face book onde utilizo a imagem, mas tendo clicado fui parar ao meu blog de 2008 que tinha ficado esquecido completamente com tantas voltas pelo meio e sobretudo já nessa altura utilizei esta imagem... que engraçado