domingo, 2 de agosto de 2015

Pimentas: Uma paixão universal

Tem vontade de colocar mais tempero na sua vida?

Se apaixonar por pimenta é uma ótima maneira de satisfazer as exigências do paladar e despertar os seus sentidos para a profundidade e complexidade dessa especiaria nativa do Sudoeste asiático, que ajudou a moldar o mapa mundi e a história humana.

Se você nunca experimentou uma pimenta pura, somente aquelas misturadas ou feculadas que são vendidas em pó nos supermercados, você ainda não conhece pimenta de verdade.

Da branca à preta e da verde à rosa, as pimentas podem fazer mais diferença do que você imagina.

Drupas da pimenteira

Pimentas para iniciantes

A pimenta ou pimenta-do-reino como conhecemos aqui no Brasil, nasce nas drupas em uma trepadeira chamada Pipper nigrun, cujas bagas se transformam nos grãos de pimenta.

Dependendo da região e do tipo de produto final que se deseja, as bagas são colhidas à mão, submetidas a diferentes graduações de calor e umidade para promover a fermentação. Depois são secas por vários dias ao sol ou em secadoras industriais.

E assim o grão de pimenta fica pronto para ser envasado em salmoura ou para ser comercializado inteiro.


O valor da especiaria

Para a maioria das pessoas, comprar pimenta moída no supermercado não é inacessível, hoje em dia. Mas no passado, os grãos de pimenta valiam muito e foram usados até como moeda de troca em diferentes momentos da história.

Quando os Godos cercaram Roma, em 408 D.C., pediram um resgate de 2,5 toneladas de pimenta do reino. Até hoje, o termo “peppercorn rent” é usado na Inglaterra. Esse termo significa um valor antecipado que se paga para “segurar o negócio” antes de fecha-lo. Isso veio da Idade Média, quando era comum pagar o aluguel com grãos de pimenta.


Escolha a sua pimenta
As pimentas, em especial a pimenta do reino preta, são os temperos mais negociados e mais populares do mundo.

Essas pequenas joias negras, depois de colhidas, são colocadas de molho em água quente antes da secagem, quando adquirem sua aparência enrugada.

O que determina a pungência da pimenta é a fase em que é colhida. As mais pungentes são colhidas na fase intermediária ao amadurecimento.

As pimentas verdes são colhidas quando as drupas ainda estão muito verdes, o que lhes confere um sabor muito mais suave.

Em contraste, as pimentas brancas são colhidas quando estão totalmente amadurecidas na pimenteira.   Depois de colhidas passam por um tratamento de longo período de imersão, aquecimento e fricção, para remover suas camadas exteriores. Consistem em grãos de cor creme, sabor pungente e terroso.


Pimenta Szechuan
Pimentas que não são pimentas

Se você olhar detalhadamente um mix de pimentas inteiras, dessas que sempre estão disponíveis nas mesas de restaurantes, para você para moer sobre os pratos, vai observar que a pimenta rosa não é como a branca e a preta.

Pimenta Rosa
A pimenta rosa, embora aparente ser uma pimenta, ela não é. Ela é o fruto de uma árvore brasileira, conhecida por aroeira (Schinus terebinthifolius).

Se você observar nas ruas, principalmente do Sul e Sudeste do Brasil, vai encontrar muita pimenta rosa nas árvores de aroeira, para a alegria de muitos pássaros.

Da mesma forma, a pimenta Szechuan, que é obtida das sementes de uma espécie asiática muito comum, que dá um sabor de limão, meio picante aos alimentos, mas não oferece a pungência e o calor de um verdadeiro grão de pimenta.


Como usar cada tipo pimenta


Pimenta Branca
Pimenta Verde
Pimenta branca – Use para adicionar sabor em patês, molhos e outros alimentos quando você não deseja que fiquem visíveis os pedaços da pimenta preta. A Pimenta branca também é usada em biscoito, pães e outros produtos cozidos.

Pimenta verde – Use para molhos de pimenta, salmouras e em receitas francesas que requeiram “pouvre vert”.  Use para adicionar um sabor suave a sopas e molhos chineses e tailandeses.

Pimenta Preta
Pimenta Rosa
Pimenta rosa - Empresta um sabor doce e ligeiramente frutado aos alimentos. Combina bem e dá um acabamento memorável para delícias geladas e saladas de frutas.

Pimenta preta – Realça o sabor da maior parte dos alimentos. Para melhores resultados, moa ou triture a pimenta preta inteira num almofariz, pilão ou moinho de pimenta no momento em que for usar.

Mix de Pimentas  - Use como tempero de uso geral. Sua maior vantagem é proporcionar uma mistura de sabores diferentes e levar cores aos pratos.

Mix de Pimentas
Pimenta Szechuan
Pimenta Szechuan - Alcança melhor sabor quando é levemente tostada antes de triturar. Excelente com peixes, aves e bovinos, especialmente em receitas chinesas de Szechuan.










Ozana Herrera

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Repolho: como comer sem sofrer

Nunca gostei de repolho. Quando eu era criança meus pais me obrigavam a comer de tudo.

Minha mãe, exímia cozinheira, sabia como ninguém a importância nutricional de uma alimentação saudável e fazia o impossível para tornar todos os alimentos, até os menos atraentes, como o jiló, em pratos apetitosos.

Caprichava nos temperos, na variação das receitas e na apresentação do prato.  Arte que ela pratica até hoje, com muita sabedoria, no adestramento do paladar das netas enjoadas.

Passei muitas horas de castigo na frente de um prato de repolho cozido. Olhava para ele e refletia sobre o quanto eu detestava seu aspecto, seu cheiro, sua cor, sua textura e as histórias que meu pai contava sobre as criancinhas que nem repolhos tinham para comer.

Enfim eu cresci e me livrei da ditadura do repolho, mas restou um grande ressentimento.

Amante da boa mesa e assídua frequentadora de hortifrútis, grande parte da minha vida olhei para os repolhos com um misto de repulsão e curiosidade. Nem nas imersões gastronômicas que fiz em países como a Alemanha e outros, onde pratos com repolho são tradicionais, eu me encorajei a comê-lo.

Somente agora, depois dos 50’s, resolvi rever os meus “pre” conceitos e descobrir formas interessantes e inusitadas de consumir e preparar esse alimento nutritivo e essencial à saúde.

O repolho, assim como as couves, a rúcula, o nabo, o agrião, o rabanete e o brócolis, pertencem à família das Brássicas ou Crucíferas. Esses vegetais possuem altas concentrações de glicosinolatos  e outros compostos bioativos que se transformam em poderosos fitoquímicos antineoplásicos, capazes de prevenir e combater diversos tipos de câncer.

Para quem como eu, torce o nariz para os repolhos, uma maneira diferente de prepara-los é assando.

É inacreditável como esse vegetal tão acessível e comum muda de sabor, aroma e textura quando assado. Suas bordas ficam crocantes e o centro concentra uma fusão de sabores deliciosamente doces.

Depois que experimentei essa técnica, o repolho me conquistou e me rendi totalmente aos seus encantos.

O repolho assado é um excelente acompanhamento que pode ser servido com pratos de carnes, salsichas, linguiças, queijos e até tofu. Simples, rápido, saudável, nutritivo e delicioso.

Aqui vai uma receita.

INGREDIENTES
½ repolho verde médio
2 colheres de sopa de azeite
2 colheres de chá de VEGGIE da Cuesta Sabores
Sal

Molho
3 colheres de sopa de manteiga
½ colher de chá de alho picado
2 colheres de sopa de requeijão
Sal e pimenta a gosto
Salsa e cebolinha picados.

MODO DE PREPARAR
Aqueça o forno a 280°C.
Unte uma assadeira com manteiga.

Corte o repolho em quatro fatias iguais e coloque na assadeira preparada.  Use um pincel a para espalhar o azeite nas fatias de repolho. Polvilhe o tempero VEGGIE e o sal. Vire as fatias e repita.

Coloque a assadeira no forno por 10-12 minutos. Vire as fatias e asse até dourar, por mais 8-10 minutos.

Prepare o molho, adicionando todos os ingredientes em uma panela pequena e cozinhe em fogo médio até que a manteiga fique completamente derretida. Mantenha o molho sempre quente ou aqueça novamente antes de servir.

Para servir, coloque as fatias em uma travessa e regue com o molho.
Polvilhe com cebolinha e salsinha picadas.

Confessa, você também não gosta de repolho, mas ficou com água na boca para comer esse, não é?

Ozana Herrera

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Equilíbrio entre ômega-3 e ômega-6: a gênese


A alimentação foi o fator mais importante da evolução genética do homo sapiens. O cérebro humano triplicou de tamanho nos últimos 3 milhões de anos. O consumo de grandes quantidades de ácidos graxos essenciais ômega-3 e ômega-6, em proporções iguais, foram os responsáveis pela expansão do córtex cerebral dos hominídeos.

Certamente, o ômega-3 oriundo dos peixes consumidos em grandes quantidades pelos nossos ancestrais diretos, foi o que abriu as portas para a rápida evolução do cérebro e desenvolvimento do complexo sistema nervoso humano.

A nossa biologia foi formada na era paleolítica e desde então ocorreram mudanças significativas nos nossos hábitos e na nossa dieta. Essas mudanças iniciaram há 10 mil anos, na Revolução Agrícola e foram mais marcantes após a Revolução Industrial, no fim do século XVIII.

Mudamos os nossos hábitos alimentares, mas nossa biologia e genética não foram alteradas.

Durante o período de milhões de anos em que ocorreu a história evolucionaria da espécie homo, havia um equilíbrio de ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 na alimentação humana.

As alterações dietéticas que ocorreram nos últimos 100-150 anos é um fenômeno novo na evolução humana. O aumento do consumo de gordura animal, o desequilíbrio no consumo de ômega-3 e ômega-6,  a adoção  do hábito de fritar os alimentos são os reflexos dessas mudanças.

Ao longo do tempo, além dos ácidos graxos ômega-6 presentes nos óleos vegetais processados, em termos de gorduras, desenvolvemos somente gorduras não essenciais, como as gorduras trans, enquanto tornaram-se escassas as fontes de ácidos graxos ômega-3. E a nossa fisiologia ainda é a mesma dos nossos ancestrais, feita para funcionar com a dieta da idade da pedra.

Muitos cientistas acreditam que essas mudanças que ocorreram em relação ao equilíbrio das gorduras, impactaram nosso metabolismo lipídico e nossas funções endócrinas, e que por causa delas surgiram as mudanças fisiológicas que são a causa de muitas doenças modernas como a aterosclerose, doenças cardíacas, depressão e câncer. E ainda que, dentre todas as discrepâncias existentes entre a nossa dieta atual e a dos nossos ancestrais, embora a nossa biologia seja a mesma, a maior delas está na falta de ácidos graxos ômega-3 e excesso de ácidos graxos ômega-6.



Os ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 são componentes essenciais na composição das nossas membranas celulares e são,  do ponto de vista metabólico, o ponto de partida na síntese de muitas substâncias similares aos hormônios, que atuam tanto para estimular quanto para inibir os processos corporais, tanto de doença quanto de cura.

Esses os ácidos graxos são projetados para funcionar tanto em conjunto, quanto de forma antagônica.

Os ácidos graxos ômega-6 geram substâncias que causam inflamações, promovem a viscosidade do sangue e a constrição de vasos sanguíneos, afetando processos que são vitais para o sistema imunológico do organismo se restaurar e se proteger.  Ao contrário, os ácidos graxos ômega-3 reduzem as inflamações, neutralizam o entupimento arterial, dilatam os vasos sanguíneos, neutralizando os efeitos do ômega-6.

Atualmente, numa dieta ocidental típica, a média dessa relação é de 20:1. São consumidos em média 20 partes de ômega-6 para cada 1 parte de ômega-3.

Para executar perfeitamente suas funções vitais, esses dois grupos de ácidos graxos devem estar equilibrados. A relação ômega-6:ômega-3 deve ser de 5:1 ou seja, para cada 5g de ômega-6  no organismo, deve existir  1g de ômega-3.  Valores que curiosamente coincidem com as proporções encontradas no leite humano.

Suplemente-se!

Ozana Herrera

Equilíbrio entre ômega-3 e ômega-6

Alguns cientistas acreditam que a causa de muitas doenças modernas como a aterosclerose, câncer, Alzheimer, depressão, doenças cardíacas e outras têm origem nas mudanças fisiológicas no nosso metabolismo lipídico e funções endócrinas, decorrentes da falta de ácidos graxos ômega-3 e excesso de ácidos graxos ômega-6.

Ao longo da história, os alimentos naturais, tanto de origem vegetal quanto de origem animal, mantinham características constantes, inclusive no seu equilíbrio entre gorduras saturadas e poli-insaturadas, e em particular no equilíbrio entre os ácidos graxos ômega-3 e ômega-6.

Com a Revolução Industrial, o crescimento intensivo da produção de grãos, cereais e ração animal modificou esse equilíbrio, provocando o aumento do consumo de muito mais ácidos graxos ômega-6 do que de ômega-3.

Os ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 são os componentes centrais das nossas membranas celulares.

Durante milhões de anos, os nossos genes evoluíram para fazer a nossa espécie se adaptar ao meio ambiente ou ecossistema. Entretanto, houve uma falha do organismo, no desenvolvimento da síntese e do equilíbrio dos ácidos graxos ômega-3 e ômega-6, por isso esse equilíbrio sempre teve que ter origem no que comemos. E para recupera-lo, hoje temos que nos suplementar com ômega-3.

Nosso perfil genético ainda é muito semelhante ao do nosso ancestral da Idade da Pedra.
Muitas pesquisas científicas indicam que a maioria dos distúrbios e doenças crônicas que experimentamos hoje, tem origem nos significativos desequilíbrios de ácidos graxos da dieta atual. Nosso metabolismo simplesmente parou de funcionar corretamente, quando não pode mais encontrar os suplementos necessários na dieta.

Os ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 são componentes essenciais na composição das nossas membranas celulares e são,  do ponto de vista metabólico, o ponto de partida na síntese de muitas substâncias similares aos hormônios, que atuam tanto para estimular quanto para inibir os processos corporais, tanto de doença quanto de cura.

Esses ácidos graxos são projetados para funcionar tanto em conjunto, quanto de forma antagônica.

Os ácidos graxos ômega-6 geram substâncias que causam inflamações, promovem a viscosidade do sangue e a constrição de vasos sanguíneos, afetando processos que são vitais para o sistema imunológico do organismo se restaurar e se proteger.  Ao contrário, os ácidos graxos ômega-3, reduzem as inflamações, neutralizam o entupimento arterial, dilatam os vasos sanguíneos, neutralizando os efeitos do ômega-6.


Portanto, é de importância primordial o equilíbrio adequado entre esses dois ácidos graxos. 

O consumo demasiado de um e não suficiente de outro pode ser perigoso para a nossa saúde.  

A FAO/OMS emitiram recomendações sobre o consumo adequado de ômega-6 e ômega-3. Recomendam a relação de 5:1, ou seja, 5 partes de ômega-6 para 1 parte de ômega-3, valores que curiosamente coincidem com os limites encontrados no leite humano.

Suplemente-se!

Ozana Herrera

Who wants to live forever?


Envelhecer não é um processo único. São inúmeros processos que nos levam a perder nossas capacidades físicas, sensoriais e mentais. 

A ciência tem desenvolvido novas tecnologias que tem a capacidade de reduzir, parar ou até mesmo reverter esses processos e aumentar radicalmente a qualidade de vida humana.

Segundo Ray Kurzweil, um dos mais proeminentes pensadores contemporâneos, precisamos permanecer jovens para poder aproveitar as futuras inovações que nos tornarão mais jovens ainda. 

E a ciência tem se desenvolvido rapidamente nesse sentido. Tudo que precisamos é nos mantermos saudáveis o suficiente para desfrutarmos dessas descobertas no futuro.

O objetivo não é simplesmente viver mais tempo, mas sim ser feliz e saudável pelo maior tempo possível. Preservar a saúde em longo prazo para tirar proveito do desenvolvimento da tecnologia.

Uma estratégia é usar toda informação que dispomos de forma que nos ajude a diminuir as chances de doenças e a bloquear o avanço do processo de envelhecimento.

Vivemos uma nova era onde a saúde tornou-se tecnologia da informação e sua característica chave é ser muito rápida e ter crescimento exponencial, afirma Kurzweil. Hoje já colhemos frutos desse novo conhecimento e temos meios para retardar o processo de envelhecimento e reduzir os riscos de nossos maiores assassinos, as doenças do coração e o câncer.

Novas tecnologias como terapias gênicas, terapias celulares e muitas outras novidades, em breve se tornarão acessíveis à população em geral. O custo do mapeamento genético humano, caiu de US$ 10.000 para US$ 1.000, em 2013. 

Certamente, nesse primeiro momento os sequenciamentos de genoma ainda não serão rotina para todos pacientes em hospitais e clinicas de saúde, mas muito em breve será uma ferramenta inestimável para a prevenção e detecção de certos nichos de doenças como o câncer, doenças pediátricas ou doenças idiopáticas.

Haverá muita polêmica, mas também poderá ser muito útil como um método na triagem de fetos nas fertilizações "in vitro" e em bancos de esperma. Num futuro muito próximo, poderemos usar nossos dados genômicos para cuidados preventivos de saúde.

Nossos genes são pequenos programas que compõem um sofisticado software que evoluiu quando as condições de vida na Terra eram muito diferentes do que são hoje. Atualmente esse software está defasado diante as necessidades impostas pelo estilo de vida do homem moderno. Nossa bioquímica precisa ser reprogramada e atualizada com novas instruções para conseguirmos ter controle total do nosso próprio estado de saúde.

Há milhares de anos atrás, por exemplo, o gene receptor de insulina tinha instruções para “acumular toda caloria possível, pois a próxima temporada de caça poderia não ser tão boa”. Isso fazia sentido nos primórdios, quando a comida era escassa e a fome uma possibilidade real. Hoje essa instrução em nosso organismo é apenas um problema, pois é a causa principal da epidemia de obesidade que assola a sociedade contemporânea.

Para viver para sempre, com qualidade de vida é preciso uma mudança radical de atitudes e estilo de vida. Os primeiros passos para aproveitar os recursos disponíveis hoje são apresentados a seguir:

Saúde Preventiva - Visite sempre um médico e com ele desenvolva um programa de saúde preventiva. A prevenção e a detecção precoce de doenças são essenciais para a manutenção de uma boa saúde.

Relaxamento – A vida é estressante. O estresse está intimamente ligado às doenças e a redução da longevidade. Busque medidas conscientes para lidar de forma construtiva com seus estressores, no sentido de fazer você se sentir melhor e dar-se a chance de viver mais tempo.

Nutrição – A comida e bebida que você consome podem te curar ou te matar. As escolhas certas ajudam a reduzir o risco de doenças graves, como o câncer, doenças cardíacas, AVC, obesidade e diabetes.

Suplementação – A necessidade de nutrientes está muito além da reposição por deficiência. Você não pode fortalecer seus músculos nem construir um sistema imunológico mais forte sem que tenha as matérias-primas que o seu corpo necessita. Pesquisas relacionadas à nutrição continuam a se expandir, apresentando novas evidências que apoiam a necessidade de suplementação nutricional.

Redução de calorias – A “epidemia de obesidade” tem recebido muita atenção ultimamente. Estar com apenas 20% de sobrepeso já triplica o risco de pressão arterial elevada e diabetes tipo 2, e duplica o risco de doença cardíaca. Perder 10-20% de peso vai reduzir esses riscos de forma significativa.

Exercícios físicos – O exercício é a arma mais importante contra o envelhecimento. Ele ajuda a prevenir o AVC, reduz o colesterol, fortalece os ossos, tonifica e estimula o cérebro, ajuda a aumentar a energia vital, melhora o humor, ajuda a dormir melhor, promove sensação de bem estar, entre outros inúmeros benefícios.

Desintoxicação – Estamos constantemente bombardeados por toxinas internas e externas, e não há como evita-las. Mas, é possível reduzir a sua exposição, reforçar suas defesas e eliminar as toxinas acumuladas. Alguns alimentos também podem ajudar nesse processo, especialmente as frutas e vegetais devido à presença de fibras, vitaminas e minerais antioxidantes, além de outras substâncias protetoras. Dentre os vegetais, destacam-se os da família das brássicas, como repolho, couve-flor, couve, brócolis, couve de Bruxelas, mostarda, nabo, agrião, rabanete, rúcula. Estes alimentos também contém compostos anticancerígenos.

Cultivar bons pensamentos: A saúde do corpo começa na mente. Todo pensamento é transmitido às células e exerce influência sobre o corpo. Se na mente existir emoções e pensamentos negativos, eles serão transmitidos para cada célula do corpo. A tristeza na mente enfraquece o corpo. As células que atuam como soldados defendendo o corpo, se enfraquecem, tornando-se ineficientes. Isto diminui a força vital e produz a doença. Somos condicionados a pensar negativamente. Sem pensamento negativo não existe a angústia, a depressão e o estresse. Só você tem o poder de mudar isso em você, banindo as coisas negativas da sua vida e apostando na felicidade. Valorizando as coisas que realmente tem valor. Deixe para trás as mágoas, rancores, ódios. O passado já passou. O que vale é o presente e a chance que temos a cada segundo de produzir um futuro muito melhor. Escolha no que pensar e opte por ser mais feliz.

E então, você quer viver para sempre? Comece agora a trabalhar nesse projeto!

Ozana Herrera

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Capinuríba, você já comeu?



Um dia desses quando eu andava pelo jardim da nossa empresa, num local onde há um desnível de terreno, constatei que a área estava completamente dominada por uma planta viçosa, com folhas verdinhas, talos com espinhos, cheia de flores brancas e repletas de frutinhas vermelhas, semelhantes à framboesa. 

Curiosa que sou com plantas, desde que me conheço por gente, para mim foi uma surpresa encontrar uma plantação dessas frutinhas bem no meu quintal.

É claro que imediatamente fui pesquisar sobre essa deliciosa novidade que nasceu espontaneamente no nosso terreno, como um presente da Natureza.

Descobri que ela é uma fruta brasileiríssima. Nativa da Serra da Mantiqueira, ela se espalhou pelo país e pode ser encontrada em capoeiras, formações primárias ou em bordas de mata de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. É consumida pelos indígenas há priscas eras.




Seu nome em Tupi Guarani é Capinuríba, que significa “erva coberta de espinhos que dá cachos de frutos”, mas também é conhecida por Framboesa do Campo, Amora de Espinho ou Morango Silvestre.

Seu nome botânico é Rubus rosifolius. Existem aproximadamente de 400 a 500 espécies de framboesas e amoreiras pretas na América, Europa, África e Ásia. Elas pertencem à família Rosaceae.

Seus frutos são semelhantes ao da framboesa, pois também apresentam cavidade interna. A coloração vermelha intensa dos frutos atrai muitos pássaros e suas flores atraem muitos insetos. Acredito que os pássaros sejam seus principais dispersores.

Os frutos “in natura” são deliciosos. Têm sabor delicado, doce e pouco acido. As sementes são diminutas, como grãos de açúcar. Vou experimentar fazer geleia e suco com elas.

Mas o melhor de tudo, é que tenho o privilégio e o prazer de degusta-las todos os dias e me encantar com sua beleza e rusticidade. Percebi que ela se propaga rapidamente sem nenhum cuidado, adubo ou repelente de insetos.

Além da elevada quantidade de vitaminas A, B e cálcio presentes nas frutas vermelhas e suas reconhecidas propriedades antioxidantes, há também quantidades expressivas de ácido elágico, um hidrólito de elagitanina que tem propriedades de inibir a replicação do vírus da AIDS e tem se mostrado ser um potente inibidor da indução química do câncer.

Rubus rosifolius
Como tudo em minha vida tem um significado, não foi por acaso que essa planta magnífica apareceu espontaneamente na minha frente e me chamou tanto a atenção. Não foi um mero acaso! Vou cuidar dela com muito carinho e continuar pesquisando. 

Essa com certeza é mais uma das inúmeras bênçãos que tenho recebido. 

Obrigada Criador!
Ozana Herrera

sábado, 5 de julho de 2014

Malthus e a fome no mundo em 2050

Todos nós temos pesadelos que nos acompanham por toda vida.

Uma das minhas maiores preocupações é a fome no mundo.

Isso começou quando eu tinha 13 anos, estava no terceiro ano do ginásio e meu professor de geografia, o saudoso Prof. Murici, nos falou sobre a teoria de Malthus. Fiquei aterrorizada!

Malthus (1766-1834), o economista-demógrafo inglês que criou a primeira teoria populacional que relacionava o crescimento da população com a fome. Segundo ele, a tendência do crescimento populacional acontecia em progressão geométrica enquanto a oferta de alimentos em progressão aritmética. Em resumo ele e eu acreditávamos que o crescimento demográfico iria ultrapassar a capacidade produtiva da terra gerando fome e miséria.

Consultando o Google da época, que 1969 eram as enciclopédias (enciclopédias eram livros que falavam sobre tudo, montados por fascículos semanais comprados nas bancas de jornal ou pagos em prestações pelos nossos pais, para nos oferecer mais cultura), fazendo uma conta simples descobri algo mais aterrorizante ainda: a enciclopédia informava que segundo Malthus, a população mundial dobraria a cada 25 anos, ou seja, quando eu tivesse 37 anos (e isso seria em 1994), não teríamos mais comida para todo mundo e a vida seria um caos.

Essa não era somente uma preocupação ingênua de uma garota sonhadora, o mundo inteiro se preocupava com isso! Antes de morrer, o presidente Kennedy falava em acabar com a fome no planeta e deixava a pergunta “Como vamos alimentar o mundo?”.

E não houve escolha para a nossa sociedade a não ser intensificar a agricultura industrial, com cada vez mais sementes de alta tecnologia, produtos químicos e muitos danos colaterais.

Mesmo com toda essa tecnologia, hoje aproximadamente um bilhão de pessoas passam fome no mundo. Um número que tem sido bastante estável por mais de 50 anos, mesmo com a população não acompanhando a progressão geométrica de Malthus e diminuindo a cada ano em termos percentuais.


Produzir mais alimentos não garantiu que todos pudessem comê-los. O mundo produz calorias suficientes para suprir 2700 calorias por dia por humano. Mais do que suficientes para atender a projeção da população mundial pelas Nações Unidas para 2050, de 9 bilhões de habitantes. Hoje estamos na faixa dos 7,2 bilhões.

Há pessoas que passam fome não porque a comida está faltando, mas sim porque todas essas calorias não são usadas para alimentar os seres humanos. Mais de 33% são usados para a alimentação animal, 5% para produzir biocombustíveis e perto de 35% são desperdiçadas ao longo de toda cadeia alimentar.

O sistema atual não é nem ambientalmente e nem economicamente sustentável. É voltado para deixar menos que a metade do planeta que tem dinheiro comer bem, enquanto os outros batalham para comer o mais barato possível ou simplesmente comer "alguma" coisa.


Paradoxalmente, como um número crescente de pessoas que podem se dar ao luxo de comer bem, a comida para os mais pobres se tornará cada vez mais escassa porque a demanda por produtos de origem animal vai crescer, e eles exigem mais recursos, como a produção de mais grãos.

Se a população crescer 30%, estima-se que a demanda por produtos de origem animal deve dobrar, para o mundo poder consumir os níveis ocidentais de carne. Novos players entram nesse jogo, como a classe média chinesa, que hoje tem acesso e meios econômicos. A China é hoje o principal consumidor mundial de carne, uma tendência que não vai retroceder.

Se quisermos assegurar que os mais pobres possam comer, temos que fazer um trabalho melhor do que faz a “agricultura moderna” para preservar a saúde e a produtividade da terra.

Atualmente em nossa sociedade predominam dois sistemas produtivos: um industrial e o outro dos pequenos proprietários. Agronomia de vanguarda vem pregando o retorno ao sistema de produção de pequenas propriedades. Segundo eles a cadeia alimentar industrial utiliza 70% dos recursos agrícolas para fornecer 30% de alimentos ao mundo, enquanto o sistema de pequenas propriedades produz 70% de alimentos usando apenas 30% desses recursos.


Atualmente, com as variedades de sementes de alto rendimento, fertilizantes, defensivos de alta tecnologia e manejos tecnificados, qualquer monocultura comercial produz muito mais por hectare do que as sementes tradicionais da mesma cultura, mas em prejuízo à sustentabilidade de todo sistema.

Pequenas propriedades, diversificando culturas, misturando plantas e animais, plantando árvores que fornecem não somente frutas, mas o abrigo para os pássaros, sombra e fertilidade através da reciclagem de nutrientes, podem produzir muito mais alimentos tanto em variedade quanto em quantidade, com menos recursos, menores custos, com maior segurança alimentar, mantendo a biodiversidade e resistindo melhor aos efeitos das mudanças climáticas.

Devemos repensar o modelo da agricultura industrial, com a qual a qualidade dos solos deteriora-se e os produtos químicos se tornam cada vez menos eficazes, apesar dos “avanços” dos cultivos geneticamente modificados.

Precisamos deixar de pensar em “quanto” alimento é produzido e refletir em “como”, “para quem”, “a qual preço” e a “qual custo-benefício” eles estão sendo produzidos.

Isso não se trata de Agricultura orgânica, que é praticamente impossível e inviável ser adotada por todos, por questões que passam entre outras, pela produtividade. Falamos aqui de Agroecologia que não engloba apenas a produção sustentável de alimentos saudáveis, mas uma forma diferente de se relacionar com o planeta e com todos os seres vivos.

Por uma vida mais justa para o planeta e todos seres que nele habitam!

Ozana Herrera